Essas palavras de Apocalipse 14.4 referem-se em primeiro lugar aos 144.000 crentes de Israel durante o tempo da Grande Tribulação. Mas elas também falam a nós, filhos de Deus, que nos encontramos diante do arrebatamento. Como se trata de um tema muito extenso, vamos nos ocupar apenas com duas condições importantes, imprescindíveis para um discipulado genuíno e agradável ao Senhor:
a posição do crente diante do Senhor
a disposição de ser um instrumento na mão do Senhor
A posição do crente diante do Senhor
Como crentes renascidos fazemos bem em sempre examinar a nossa posição diante do Senhor. Isso faz parte do fundamento de qualquer discipulado verdadeiro.
Em João 15.15 lemos a gloriosa palavra do Senhor Jesus: "Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer." Sobre isso devemos nos alegrar de todo o coração. Mas com esta passagem acontece o mesmo que com todas as demais afirmações das Escrituras: devemos lê-la em seu contexto para não chegarmos a uma interpretação unilateral. No que diz respeito ao conteúdo desta palavra, por um lado trata-se de uma verdade gloriosa sermos chamados de "amigos" de Jesus Cristo, pois Ele mesmo o afirmou. Mas por outro lado devemos ter em mente que somente somos amigos de Jesus Cristo quando cumprimos Suas condições: "Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando" (v. 14). Sua palavra "mas tenho-vos chamado amigos" está ligada inequivocamente à condição: "...se fazeis o que vos mando." Oh, que nós como crentes observássemos e concordássemos mais com esta verdade! Então também entenderíamos muito melhor o que significa seguir o Cordeiro por onde quer que vá.
Nos púlpitos geralmente se enfatiza muito que Deus é amor, que Ele é misericordioso e perdoador – e obviamente Ele é tudo isso. Mas este é apenas um lado do Evangelho, pois o amor de Deus, Sua misericórdia e Sua disposição em perdoar se originam da mesma fonte de onde vêm Sua santidade, Sua justiça e Seu eterno poder. Por isso a Escritura não diz apenas: "Deus é amor" (1 Jo 4.16), mas também: "Santo é o Senhor" (Sl 99.9). Entretanto, justamente este "Santo é o Senhor" é tão pouco enfatizado hoje em dia. Por isso muitas vezes nos defrontamos com filhos de Deus que não seguem verdadeiramente o Cordeiro por onde quer que vá. Por um lado esses crentes alegram-se no Senhor, querem servi-lO e se posicionam do lado do Senhor. Mas por outro lado não estão dispostos a cumprir na prática as condições que de fato poderiam fazer deles amigos do Senhor. Ou, dizendo-o em outras palavras: estes filhos de Deus não estão dispostos a fazer a sua parte para que entre eles e o Senhor haja um relacionamento transparente, quando, então, se poderia falar de um verdadeiro discipulado, de seguir ao Cordeiro por onde quer que vá. Por isso a passagem de 2 Timóteo 2.13: "se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo", muitas vezes é explicada apenas de maneira unilateral. É verdade que freqüentemente experimentamos a fidelidade do Senhor quando não a merecíamos em absoluto – assim é nosso Deus. Entretanto, isso não significa que poderíamos entender a Sua fidelidade como se todos os nossos erros e pecados passassem propositadamente despercebidos por Ele. Sem dúvida, em princípio, Sua fidelidade consiste em que Ele não nos rejeita, porque Ele mesmo disse: "ninguém as arrebatará da minha mão" (Jo 10.28). Mas nós, como salvos e redimidos, seremos responsabilizados por aquilo que praticamos de errado. Neste contexto pensemos no Salmo 18.25-26, onde Davi disse, inspirado pelo Espírito Santo: "Para com o benigno, benigno te mostras; com o íntegro, também íntegro. Com o puro, puro te mostras; com o perverso, inflexível." No que se refere à primeira parte desse texto: "Para com o benigno, benigno te mostras; com o íntegro, também íntegro. Com o puro, puro te mostras," certamente concordamos de todo o coração com estas palavras. Estamos absolutamente de acordo que o Senhor proceda segundo a nossa fidelidade em relação a Ele. E isso Ele também faz; Ele de fato procede conosco segundo a nossa fidelidade e conforme a entrega que demonstramos a Ele. Davi sabia disso, porque disse no Salmo 18.20: "Retribuiu-me o Senhor, segundo a minha justiça, recompensou-me conforme a pureza das minhas mãos." No Salmo 7.8b, ele até pede isso quando ora: "...julga-me, SENHOR, segundo a minha retidão e segundo a integridade que há em mim." Mas o mesmo também acontece inversamente. Se não procedemos corretamente para com o Senhor, então Ele também procede de modo correspondente em relação a nós. É o que querem dizer as palavras "...com o perverso (te mostras) inflexível." Agora alguns leitores poderão perguntar: Isto é realmente assim? O Senhor realmente procede desta maneira? Isso soa quase como: "Do modo como você me tratar, tratarei a você"? Naturalmente, não é nada disso. Mas precisamos reconhecer claramente que não devemos entender mal ou abusar da graça de Deus, pois Ele diz: "Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando." Oh, que de fato compreendamos profundamente esta verdade! Eu gostaria de perguntar hoje com toda a seriedade: será que não está na hora de rever a nossa posição diante do Senhor à luz desta palavra? Somente um verdadeiro amigo de Jesus pode seguir o Cordeiro por onde quer que vá!
A disposição de ser um instrumento na mão do Senhor
Para alcançar um discipulado mais profundo devemos nos colocar livremente à disposição do Senhor, como fez outrora o sacerdote Joiada, pois por sua iniciativa irrompeu um maravilhoso avivamento no reino de Judá: "Joiada fez aliança entre si mesmo, o povo e o rei, para serem eles o povo do SENHOR. Então, todo o povo se dirigiu para a casa de Baal e a derribaram; despedaçaram os seus altares e as suas imagens e a Matã, sacerdote de Baal, mataram perante os altares. Entregou Joiada a superintendência da Casa do SENHOR nas mãos dos sacerdotes levitas, a quem Davi designara para o encargo da casa do SENHOR, para oferecerem os holocaustos do SENHOR, como está escrito na Lei de Moisés, com alegria e com canto, segundo a instituição de Davi. Colocou porteiros às portas da Casa do SENHOR, para que nela não entrasse ninguém que de qualquer forma fosse imundo... Alegrou-se todo o povo da terra, e a cidade ficou tranqüila" (2 Cr 23.16-19, 21a).
Esses versículos descrevem de maneira maravilhosa um despertamento surgido com base na coragem e no modelo de fidelidade do sacerdote Joiada. Foi o terceiro avivamento no reino de Judá depois dos dois já ocorridos sob os reis Asa e Josafá.
Como aconteceu este reavivamento no reino de Judá? A resposta é bem simples: porque Joiada foi um instrumento obediente na mão do Senhor. Assim, ele ilustra muito bem o que significa seguir o Cordeiro por onde quer que vá. Pois, para alcançar um discipulado mais profundo é indispensável ser um instrumento útil na mão do Senhor.
Todo avivamento verdadeiro vem exclusivamente de Deus, e existem coisas que somente Ele pode realizar. Mas onde puder usar pessoas, Ele se utiliza delas. Assim também sucedeu no caso do sacerdote Joiada. Deus pôde usar esse homem para realizar uma grande obra de renovação em Judá.
Joiada viveu como um verdadeiro sacerdote, totalmente para Deus, e se empenhou muito pelo bem-estar dos seus compatriotas. Justamente isso é imprescindível também para seguir verdadeiramente o Cordeiro por onde quer que vá. Pois de que adiantaria a nós e a outros se apenas seguíssemos Jesus para irmos para o céu um dia? Deus quer nos usar no caminho do Cordeiro para algo ainda maior, para edificar o Seu reino por meio de nós. Por isso vivemos nesta terra, como diz claramente Efésios 2.10: "Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas."
Mas agora quero provar pelas Escrituras que Deus de fato usa pessoas para obras bem específicas. Sim, mais ainda, que Ele, às vezes, até Se faz dependente da ajuda humana, embora de maneira alguma tenha necessidade disso. A seguir, um exemplo dessa verdade. Em Ezequiel 22.29, Deus se queixa amargamente da situação do Seu povo: "Contra o povo da terra praticam extorsão, andam roubando, fazendo violência ao aflito e ao necessitado a ao estrangeiro oprimem sem razão." Pergunto: o que Deus teve de fazer nesta situação? Está bem claro que, em primeiro lugar, Ele sempre tem em vista a cura, a salvação e a redenção do pecador. Assim também foi nesse caso. Ele tinha pensamentos de amor para com Seu povo. Mas ter pensamentos de amor para com Seu povo não significa que Ele próprio simplesmente tomou tudo nas mãos e executou sozinho uma obra de restauração no Seu povo. Não! Na verdade Ele queria fazer entre eles uma obra de restauração pela graça, mas somente com a colaboração de pessoas. Isto está escrito claramente no versículo seguinte, onde Ele diz: "Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse..." (v. 30a). Em outras palavras: apesar do seu pecado, eu gostaria de demonstrar meu amor ao meu povo. Mas para isso preciso de alguém que se empenhe em favor desse povo diante de mim, alguém que esteja disposto a se arrepender em substituição e a interceder intensivamente por esse povo.
Portanto, Deus queria fazer uma obra da Sua graça, mas somente por meio da cooperação de uma pessoa. E você sabe o que é trágico? Que naquele tempo Deus não encontrou nenhuma pessoa por meio de quem Ele pudesse fazer a obra de amor que havia planejado. "Então, não há problema", poderá alegar alguém, "então Ele mesmo faz a obra!" Assim as pessoas pensam freqüentemente. Mas as coisas devem ser como Deus quer. Somente a Sua vontade é boa e perfeita. Aqui, por algum motivo plausível, Ele quis fazer uma obra por meio de homens. Mas o fato assustador é que Ele procurou em vão por alguém que estivesse disposto a assumir o encargo: "Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei. Por isso, eu derramei sobre eles a minha indignação, com o fogo do meu furor os consumi; fiz cair-lhes sobre a cabeça o castigo do seu procedimento, diz o SENHOR Deus" (Ez 22.30-31). Porque Ele não encontrou nenhum homem que estivesse disposto a ser um instrumento útil em Sua mão, a obra da graça não pôde ser realizada e sobreveio o juízo de Deus ao povo daquela época.
Isso não nos mostra de maneira muito nítida que Deus faz a Sua ação dependente de homens, que Ele quer fazer obras, mas quer usar homens para isso?
Pensemos no maior acontecimento que houve nesta terra: para consumar a Sua obra de salvação na cruz do Calvário, Deus necessitava de um homem sem pecado. Só havia um que servia: Seu Filho unigênito. Ele teve de tornar-se homem, fazer-se pecado, tomar sobre Si os pecados dos homens e carregá-los no Seu corpo sobre a cruz. A resposta do Filho foi: "Eis aqui estou, no rolo do livro está escrito a meu respeito; agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração está a tua lei" (Sl 40.7-8). E Jesus fez a vontade de Seu Pai: Ele tornou-se homem, "a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz" (Fp 2.8). Quando, quarenta dias após a Sua ressurreição, estava para subir para junto de Seu Pai no céu, Ele deu antes a ordem explícita: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" (Mc 16.15). Assim, até hoje o Senhor usa pessoas que crêem nEle para levar as boas-novas a outras pessoas.
Você sabe que também está convocado para ajudar a fim de que o reino de Deus seja edificado sobre a terra? Você somente precisa colocar-se incondicionalmente à disposição do Senhor; então Ele mostrará o que você pode fazer para Ele. E fazendo isso, você seguirá o Cordeiro por onde quer que vá. Somente assim o Senhor pode usá-lo onde e como Ele quer.
Resumindo: Você quer tornar-se um verdadeiro seguidor do Cordeiro? Caso positivo, examine primeiro sua posição como crente perante o Senhor. Ou seja, examine se você realmente é um amigo de Jesus. Ele disse: "Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando" (Jo 15.14). Somente um amigo verdadeiro pode seguir o Cordeiro por onde quer que vá! Segundo: Consagre-se totalmente ao Senhor! Pois quem dentre os filhos de Deus quiser ser um instrumento na mão do Senhor também desejará seguir o Cordeiro por onde quer que vá. E de um discipulado verdadeiro como esse, inevitalmente surgirão frutos para a glória de Deus, frutos que permanecerão por toda a eternidade.
a posição do crente diante do Senhor
a disposição de ser um instrumento na mão do Senhor
A posição do crente diante do Senhor
Como crentes renascidos fazemos bem em sempre examinar a nossa posição diante do Senhor. Isso faz parte do fundamento de qualquer discipulado verdadeiro.
Em João 15.15 lemos a gloriosa palavra do Senhor Jesus: "Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer." Sobre isso devemos nos alegrar de todo o coração. Mas com esta passagem acontece o mesmo que com todas as demais afirmações das Escrituras: devemos lê-la em seu contexto para não chegarmos a uma interpretação unilateral. No que diz respeito ao conteúdo desta palavra, por um lado trata-se de uma verdade gloriosa sermos chamados de "amigos" de Jesus Cristo, pois Ele mesmo o afirmou. Mas por outro lado devemos ter em mente que somente somos amigos de Jesus Cristo quando cumprimos Suas condições: "Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando" (v. 14). Sua palavra "mas tenho-vos chamado amigos" está ligada inequivocamente à condição: "...se fazeis o que vos mando." Oh, que nós como crentes observássemos e concordássemos mais com esta verdade! Então também entenderíamos muito melhor o que significa seguir o Cordeiro por onde quer que vá.
Nos púlpitos geralmente se enfatiza muito que Deus é amor, que Ele é misericordioso e perdoador – e obviamente Ele é tudo isso. Mas este é apenas um lado do Evangelho, pois o amor de Deus, Sua misericórdia e Sua disposição em perdoar se originam da mesma fonte de onde vêm Sua santidade, Sua justiça e Seu eterno poder. Por isso a Escritura não diz apenas: "Deus é amor" (1 Jo 4.16), mas também: "Santo é o Senhor" (Sl 99.9). Entretanto, justamente este "Santo é o Senhor" é tão pouco enfatizado hoje em dia. Por isso muitas vezes nos defrontamos com filhos de Deus que não seguem verdadeiramente o Cordeiro por onde quer que vá. Por um lado esses crentes alegram-se no Senhor, querem servi-lO e se posicionam do lado do Senhor. Mas por outro lado não estão dispostos a cumprir na prática as condições que de fato poderiam fazer deles amigos do Senhor. Ou, dizendo-o em outras palavras: estes filhos de Deus não estão dispostos a fazer a sua parte para que entre eles e o Senhor haja um relacionamento transparente, quando, então, se poderia falar de um verdadeiro discipulado, de seguir ao Cordeiro por onde quer que vá. Por isso a passagem de 2 Timóteo 2.13: "se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo", muitas vezes é explicada apenas de maneira unilateral. É verdade que freqüentemente experimentamos a fidelidade do Senhor quando não a merecíamos em absoluto – assim é nosso Deus. Entretanto, isso não significa que poderíamos entender a Sua fidelidade como se todos os nossos erros e pecados passassem propositadamente despercebidos por Ele. Sem dúvida, em princípio, Sua fidelidade consiste em que Ele não nos rejeita, porque Ele mesmo disse: "ninguém as arrebatará da minha mão" (Jo 10.28). Mas nós, como salvos e redimidos, seremos responsabilizados por aquilo que praticamos de errado. Neste contexto pensemos no Salmo 18.25-26, onde Davi disse, inspirado pelo Espírito Santo: "Para com o benigno, benigno te mostras; com o íntegro, também íntegro. Com o puro, puro te mostras; com o perverso, inflexível." No que se refere à primeira parte desse texto: "Para com o benigno, benigno te mostras; com o íntegro, também íntegro. Com o puro, puro te mostras," certamente concordamos de todo o coração com estas palavras. Estamos absolutamente de acordo que o Senhor proceda segundo a nossa fidelidade em relação a Ele. E isso Ele também faz; Ele de fato procede conosco segundo a nossa fidelidade e conforme a entrega que demonstramos a Ele. Davi sabia disso, porque disse no Salmo 18.20: "Retribuiu-me o Senhor, segundo a minha justiça, recompensou-me conforme a pureza das minhas mãos." No Salmo 7.8b, ele até pede isso quando ora: "...julga-me, SENHOR, segundo a minha retidão e segundo a integridade que há em mim." Mas o mesmo também acontece inversamente. Se não procedemos corretamente para com o Senhor, então Ele também procede de modo correspondente em relação a nós. É o que querem dizer as palavras "...com o perverso (te mostras) inflexível." Agora alguns leitores poderão perguntar: Isto é realmente assim? O Senhor realmente procede desta maneira? Isso soa quase como: "Do modo como você me tratar, tratarei a você"? Naturalmente, não é nada disso. Mas precisamos reconhecer claramente que não devemos entender mal ou abusar da graça de Deus, pois Ele diz: "Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando." Oh, que de fato compreendamos profundamente esta verdade! Eu gostaria de perguntar hoje com toda a seriedade: será que não está na hora de rever a nossa posição diante do Senhor à luz desta palavra? Somente um verdadeiro amigo de Jesus pode seguir o Cordeiro por onde quer que vá!
A disposição de ser um instrumento na mão do Senhor
Para alcançar um discipulado mais profundo devemos nos colocar livremente à disposição do Senhor, como fez outrora o sacerdote Joiada, pois por sua iniciativa irrompeu um maravilhoso avivamento no reino de Judá: "Joiada fez aliança entre si mesmo, o povo e o rei, para serem eles o povo do SENHOR. Então, todo o povo se dirigiu para a casa de Baal e a derribaram; despedaçaram os seus altares e as suas imagens e a Matã, sacerdote de Baal, mataram perante os altares. Entregou Joiada a superintendência da Casa do SENHOR nas mãos dos sacerdotes levitas, a quem Davi designara para o encargo da casa do SENHOR, para oferecerem os holocaustos do SENHOR, como está escrito na Lei de Moisés, com alegria e com canto, segundo a instituição de Davi. Colocou porteiros às portas da Casa do SENHOR, para que nela não entrasse ninguém que de qualquer forma fosse imundo... Alegrou-se todo o povo da terra, e a cidade ficou tranqüila" (2 Cr 23.16-19, 21a).
Esses versículos descrevem de maneira maravilhosa um despertamento surgido com base na coragem e no modelo de fidelidade do sacerdote Joiada. Foi o terceiro avivamento no reino de Judá depois dos dois já ocorridos sob os reis Asa e Josafá.
Como aconteceu este reavivamento no reino de Judá? A resposta é bem simples: porque Joiada foi um instrumento obediente na mão do Senhor. Assim, ele ilustra muito bem o que significa seguir o Cordeiro por onde quer que vá. Pois, para alcançar um discipulado mais profundo é indispensável ser um instrumento útil na mão do Senhor.
Todo avivamento verdadeiro vem exclusivamente de Deus, e existem coisas que somente Ele pode realizar. Mas onde puder usar pessoas, Ele se utiliza delas. Assim também sucedeu no caso do sacerdote Joiada. Deus pôde usar esse homem para realizar uma grande obra de renovação em Judá.
Joiada viveu como um verdadeiro sacerdote, totalmente para Deus, e se empenhou muito pelo bem-estar dos seus compatriotas. Justamente isso é imprescindível também para seguir verdadeiramente o Cordeiro por onde quer que vá. Pois de que adiantaria a nós e a outros se apenas seguíssemos Jesus para irmos para o céu um dia? Deus quer nos usar no caminho do Cordeiro para algo ainda maior, para edificar o Seu reino por meio de nós. Por isso vivemos nesta terra, como diz claramente Efésios 2.10: "Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas."
Mas agora quero provar pelas Escrituras que Deus de fato usa pessoas para obras bem específicas. Sim, mais ainda, que Ele, às vezes, até Se faz dependente da ajuda humana, embora de maneira alguma tenha necessidade disso. A seguir, um exemplo dessa verdade. Em Ezequiel 22.29, Deus se queixa amargamente da situação do Seu povo: "Contra o povo da terra praticam extorsão, andam roubando, fazendo violência ao aflito e ao necessitado a ao estrangeiro oprimem sem razão." Pergunto: o que Deus teve de fazer nesta situação? Está bem claro que, em primeiro lugar, Ele sempre tem em vista a cura, a salvação e a redenção do pecador. Assim também foi nesse caso. Ele tinha pensamentos de amor para com Seu povo. Mas ter pensamentos de amor para com Seu povo não significa que Ele próprio simplesmente tomou tudo nas mãos e executou sozinho uma obra de restauração no Seu povo. Não! Na verdade Ele queria fazer entre eles uma obra de restauração pela graça, mas somente com a colaboração de pessoas. Isto está escrito claramente no versículo seguinte, onde Ele diz: "Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse..." (v. 30a). Em outras palavras: apesar do seu pecado, eu gostaria de demonstrar meu amor ao meu povo. Mas para isso preciso de alguém que se empenhe em favor desse povo diante de mim, alguém que esteja disposto a se arrepender em substituição e a interceder intensivamente por esse povo.
Portanto, Deus queria fazer uma obra da Sua graça, mas somente por meio da cooperação de uma pessoa. E você sabe o que é trágico? Que naquele tempo Deus não encontrou nenhuma pessoa por meio de quem Ele pudesse fazer a obra de amor que havia planejado. "Então, não há problema", poderá alegar alguém, "então Ele mesmo faz a obra!" Assim as pessoas pensam freqüentemente. Mas as coisas devem ser como Deus quer. Somente a Sua vontade é boa e perfeita. Aqui, por algum motivo plausível, Ele quis fazer uma obra por meio de homens. Mas o fato assustador é que Ele procurou em vão por alguém que estivesse disposto a assumir o encargo: "Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei. Por isso, eu derramei sobre eles a minha indignação, com o fogo do meu furor os consumi; fiz cair-lhes sobre a cabeça o castigo do seu procedimento, diz o SENHOR Deus" (Ez 22.30-31). Porque Ele não encontrou nenhum homem que estivesse disposto a ser um instrumento útil em Sua mão, a obra da graça não pôde ser realizada e sobreveio o juízo de Deus ao povo daquela época.
Isso não nos mostra de maneira muito nítida que Deus faz a Sua ação dependente de homens, que Ele quer fazer obras, mas quer usar homens para isso?
Pensemos no maior acontecimento que houve nesta terra: para consumar a Sua obra de salvação na cruz do Calvário, Deus necessitava de um homem sem pecado. Só havia um que servia: Seu Filho unigênito. Ele teve de tornar-se homem, fazer-se pecado, tomar sobre Si os pecados dos homens e carregá-los no Seu corpo sobre a cruz. A resposta do Filho foi: "Eis aqui estou, no rolo do livro está escrito a meu respeito; agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração está a tua lei" (Sl 40.7-8). E Jesus fez a vontade de Seu Pai: Ele tornou-se homem, "a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz" (Fp 2.8). Quando, quarenta dias após a Sua ressurreição, estava para subir para junto de Seu Pai no céu, Ele deu antes a ordem explícita: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" (Mc 16.15). Assim, até hoje o Senhor usa pessoas que crêem nEle para levar as boas-novas a outras pessoas.
Você sabe que também está convocado para ajudar a fim de que o reino de Deus seja edificado sobre a terra? Você somente precisa colocar-se incondicionalmente à disposição do Senhor; então Ele mostrará o que você pode fazer para Ele. E fazendo isso, você seguirá o Cordeiro por onde quer que vá. Somente assim o Senhor pode usá-lo onde e como Ele quer.
Resumindo: Você quer tornar-se um verdadeiro seguidor do Cordeiro? Caso positivo, examine primeiro sua posição como crente perante o Senhor. Ou seja, examine se você realmente é um amigo de Jesus. Ele disse: "Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando" (Jo 15.14). Somente um amigo verdadeiro pode seguir o Cordeiro por onde quer que vá! Segundo: Consagre-se totalmente ao Senhor! Pois quem dentre os filhos de Deus quiser ser um instrumento na mão do Senhor também desejará seguir o Cordeiro por onde quer que vá. E de um discipulado verdadeiro como esse, inevitalmente surgirão frutos para a glória de Deus, frutos que permanecerão por toda a eternidade.
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, janeiro de 1999.
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